domingo, 29 de julho de 2012

Maratona - Últimos Kms

Semana passada conversei com um amigo a respeito do ponto mais crítico de uma prova. Já tinha ouvido falar que alguns corredores consideram que o mais difícil é quando se passa pelo km 30, quando ainda faltam mais 12 km até chegar ao final da prova. Também confirmo esse fato. Quando chegamos a esse ponto já estamos fragilizados fisicamente, mesmo que tenhamos nos esforçado muito nos treinos.
Este ano completei minha terceira prova e em todas elas tive um ponto de extremo sacrifício. Nesta última prova estava mais bem preparado, tanto física como psicologicamente. Queria, na realidade, diminuir o tempo da prova de 2011 e completar os 42 kms antes das 3h. Essa meta é dificílima, mas alcançável, apenas 3% (73 de 2.212) dos corredores masculinos conseguiram essa marca na Maratona de SP de 2012. Consegui fazer o meu melhor tempo, fiz em 3h30, fui o 337° (estou entre os 15%) colocado no ranking geral (para mim foi satisfatório, mas posso mais!).
A grande lição que extraímos de uma prova de resistência é a garra que precisamos para suportar os trechos mais críticos, onde começam a ocorrer as dores musculares, o cansaço e lembrança de que ainda faltam mais vários kms até a linha de chegada.
Um pouco depois do km mais crítico, recebi uma porção de vigor. Na minha frente esta um corredor sendo guiado, pois tinha deficiência visual. Fantástico! Isso foi o que me animou a continuar a buscar o meu melhor tempo. Além desse episódio, próximo do km 41 encontrei uma cadeirante correndo. Foi sensacional! Comecei a gritar: vamos guerreira! falta pouco! vamos, vamos! E a partir daí, com uma carga de adrenalina elevada, cheguei ao final da prova, quando dei um salto.

Aplicado a perspectiva de outras áreas da vida, como a carreira profissional, conseguimos fazer a transposição de barreiras físicas e psicológicas.
Acredito que cada um tem o km mais difícil de sua Maratona Profissional e tem olhar que já percorreu mais do que falta para alcançar a melhor marca.
Bom, termino agradecendo ao amigo, por me fazer relembrar da prova e refletir na carreira.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Ler Imaginando - Modo de Leitura

Hoje descobri um novo modo de ler, não apenas acumulando as palavras entrando na nossa mente.

Palavras passam, imagens ficam guardadas. Até mesmo as palavras são imagens, símbolos inventados para comunicação.

Queria deixar registrado um jeito de ler imaginando, ou seja, tentar criar as imagens não apenas das letras que formam sílabas e conseguintemente palavras, mas imagens mentais do que estamos lendo, do contexto como um todo.

Acredito que outras pessoas, talvez já façam isso há muito tempo. Até mesmo eu já fiz isso em algum momento, mas sem ter muita consciência do fato, mas hoje quero deixar isso registrado. Ler assim é mais divertido. É como assistir, muito mais prazeroso.

sábado, 2 de junho de 2012

A Tempestade ou A Bonança Estão em Nós


     Segundo relato do livro da bíblia, nos evangelhos, estão registrados os momentos em que alguns homens estavam no meio do mar em um barco quando ocorria uma tempestade. Num outro ambiente dentro desta mesma embarcação também estava Jesus descaçando. Os homens ficaram tão assustados, pois acreditavam que a embarcação iria a pique de tamanha a tormenta no mar. Então Jesus acordou e vendo a tormenta e o desespero dos seus seguidores disse: "Acalmem-se!" e repreendeu a tempestade e essa se foi e ficaram na bonança de tempo.
   
      Passaram-se centenas de anos desde que esse fato ocorreu, mais de 2000 anos, até a escrita deste texto. Muito deve ter sido modificado de seu conteúdo original, assim como o relato que fiz acima não é uma cópia fiel do  texto publicado na bíblia que conhecemos hoje. Juntei o que li, o que aprendi e o que devo ter misturado com alguma coisa pessoal que lembrei. Foi intencional fazer isso, pois dá força ao meu argumento de que ainda que Jesus não tivesse realizado o milagre de acalmar o mar, diante dos seus discípulos, foi essa a percepção. Ou seja, alterou o modo como os seus seguidores enxergaram o momento. Pois podemos ter atitudes diversas diante de uma única situação. Depende da nossa auto-estima, das emoções que nos cercam, do estado de espírito, das ameças e muitos outros fatores que influenciam nossos sentimentos. 

        Levando a possibilidade de o relato estar tão distorcido a ponto de que a história real poderia ter sido apenas uma garoa que atormentava os homens, porém estavam com tanto medo que acreditavam que o barco iria afundar. Outra hipótese pode ser de que realmente ocorria uma espécie de tornado, mas Jesus não tivesse realizado milagre algum, apenas com sua presença os discípulos ficaram tão confiantes que o escritor, assim como todos presentes acreditaram que a tempestade havia passado como um milagre.
       
       Tudo isso tem um ponto em comum com o nosso cotidiano, pois na vida passamos por diversos processos que nos levam a refletir sobre as possibilidades. Hoje acredito, desacreditando de alguns episódios como este. Pois ainda que tente duvidar, sou levado a crer que o Filho do Homem, como gostava de se referir a si mesmo, revelou aos seus companheiros e consequentemente a humanidade que o maior poder está na nossa mente. Portanto a tempestade ou a bonança estão dentro de nós. Podemos passar por situações que podem parecer um "verdadeiro" caos, todavia, depende da nossa crença entre o verdadeiro e falso.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Escrever ao Acaso

Nunca imaginei que encontraria prazer em coisas do tipo escrever, apreciar um bom vinho (acompanhado com uma bela taça de água). Escrevo hoje como se fosse uma rotina, na realidade é uma rotina escrever, mas é uma das rotinas mais gostosas que já experimentei. Gosto de ler, porém muito mais de escrever, escrever e escrever. Pode até parecer que são palavras repetidas, pronunciadas de outra forma, soam como uma melodia. Há uma magia nesse lance. Uma coisa que domina a gente e nos dá um prazer enorme.
Os deveres são muitos e para a escrita resta muito pouco tempo, aliás, já li, pratiquei esporte, trabalhei, sai para jantar e, apenas depois de tudo isso, ao fim do dia, dedico o pequeno espaço de tempo. Negligencio o que tenho maior prazer em fazer. Não sei se deveria, talvez não, mas já aconteceu.
Se existe um momento que é muito bom para refletir, esse momento é agora. Quanto tempo dedicamos a nós mesmos? Quantos são rodeados de pessoas o dia todo, porém estão enfrentando uma solidão jamais imaginada? A solidão existencial.
Não sou especialista em psicologia, mas estou tentando aprender um pouco. Tive a oportunidade de me encontrar com o mundo da filosofia e psicologia através do Dr. Augusto Cury. Esse homem que desenvolveu durante anos de pesquisa a Teoria da Inteligência Multifocal (TIM) e é um ser humano, a meu ver, fantástico. Não se limitou a redoma do fechado mundo acadêmico, que já não é tão inovador, que simplesmente segue a tendência do que já existe. Ele articulou e ousou fazer o novo, num mundo onde nada se cria, mas tudo se copia. Decidiu se aventurar numa área pouco explorada.
Escrevo assim porque um dia ainda pretendo chegar a um estágio de inovação, sair da zona de conforto da mediocridade. Quero um dia poder contribuir com a humanidade. Ser um ser humano, além da raça, cor, religião, nacionalidade, ser humano.
Difícil é descobrir o equilíbrio. Difícil é achar o meio termo. Muito difícil, mas não impossível.
Escrevo assim, ao acaso, sem medo de compartilhar minhas palavras que podem soar como futilidade para muitos, menos para mim, que ainda estou tentando encontrar o próprio eu.

domingo, 1 de abril de 2012

To be or not to be?

Eis a questão fundamental. Sou o que mesmo? Não sei.
Não que tenha amnesia, mas não sei definir de modo pronto o que sou. (lá vem eu de novo com essa crise existencial...)
Pois eh... deixa pra lá... não quero mais escrever... acho que estou com sono. Portanto, boa noite!

terça-feira, 27 de março de 2012

Escritor - Quase Um

É bem difícil definirmos quem somos. Na realidade falamos que somos o que temos, ou melhor, o que damos valor. Se disser que não sei quem sou pode soar como um sinal de não dou valor àquilo que possuo ou faço. Bens materiais, não tenho quase nada, na realidade uma bicicleta que está totalmente paga, o restante ainda estou a pagar e, portanto não são meus. Falar que sou alguém que está a procura de mim é uma pretenção enorme, querer-se parecer com o personagem máximo da ficção do Cury.
Vamos em frente. Ser, eis a questão, como escreve Shakespeare. Entre um escritor, quase um. Depois de ouvir algumas críticas, como a do Jabor (www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,os-burros-e-os-pavoes,853713,0.htm) ficamos até com receio de se dizer que somos um. Porém, assim é a vida. Uns criticam, outros não estão nem ai para o que dizem e continuam tocando a vida...
Uma das táticas do Gondim é dizer pelo contrário quando não se tem muita certeza da definição correta de alguma coisa. Por exemplo, posso começar dizendo o que não sou. Assim, juntando as peças, encontraremos o que realmente sou.
Não sou, um romantico, não faço, apesar de querer fazer, poesias para minha amada esposa.
Não sou,
Um cavalheiro, mesmo tentando ser mais educado possível.
Não sou,
Um intelectual, aquele cara que sabe com propriedade o que faz.
Não sou,
Um atleta, ainda que tento nadar, correr e pedalar.
Não sou,
Da geração saúde, mesmo comendo saudável e pedalando até o trabalho todos os dias.
Não sou,
Um artesão da história, não tenho cravado a minha marca.
Não sou,
Um gênio, que cria o que não existe, somente modifico o que já existe e tento dar uma cara nova a monotonia.
Não sou,
Uma pessoa pacífica, sempre evito brigas ou desentendimentos, mas, às vezes, perco a cabeça.
Talvez isso não defina realmente quem sou. Não sou o que tenho, ou o que faço? Sou quem sou assim mesmo. Sem saber direito como definir, vou seguindo adiante, avente, um dia, quem sabe, saberei se serei ao menos um escritor.

domingo, 25 de março de 2012

Retorno

Afastei-me um pouco, estive ausente por instantes.

Instantes que duraram mais do que minutos, horas e dias.
Já fazem mais de meses que não escrevo aqui neste espaço.
Aqui é uma sala de visitas, aliás, o nosso conteúdo é muitas vezes procurado por pessoas que querem saber mais sobre nós.
Quero me comprometer, comigo mesmo, pois afinal de contas, não consigo saber se tenho algum leitor, mas se não tiver nenhum, não tem problema. Escreverei apenas pelo fato do desabafo. Depois de um dia cansado, quero escrever, mesmo exausto, quero levar a minha mente a raciocinar, ao menos um instante. Retornei.